"O olhar..."

"A profundidade de um olhar...

silencia a voz

apaga o gesto

pára o tempo..




a profundidade de um olhar..

solta a verdade

mostra o sentimento


solta a emoção..



a profundidade de um olhar..

magia que vem de dentro

grito da alma..."
















quarta-feira, 24 de junho de 2009












O Girassol e a Borboleta

Num imenso campo de girassóis, onde todos pareciam iguais, existia um que se destacava de todos os demais. Ele tinha o mesmo tamanho, a mesma forma, as raízes fincadas no mesmo solo, mas o perfume que exalava era diferente, tinha cheiro de vida, esperança e renovação.

Mesmo nos dias mais sombrios podia sentir a presença do Sol, estava sempre com os olhos voltados para o céu e na ausência da Luz, enquanto todos os outros, cabisbaixos, levavam a vida com pesar, ele altivo e confiante buscava horizontes distantes. A verdadeira luz estava em seu interior, essa certeza o fazia brilhar com intensidade. Ele simplesmente sabia que fazia parte de algo muito maior. Foi assim, olhando para o céu, que pôde vislumbrar e descobrir um novo mundo, mesmo sem nunca ter saído do lugar.

Era um dia de poucas cores, o Sol decidiu que não apareceria, mas o Girassol que olhava para o alto, ignorando a escuridão, percebeu a presença de algo que nunca vira antes. Seus olhos acompanhavam, atentos, aquele bailado tênue e delicado que coloria a paisagem. Ele estava encantado...

Uma linda borboleta que voava pelo espaço ao sabor do vento, rodopiava leve e pintava a paisagem com as sete cores do arco-íris, aos poucos tudo foi ficando mais iluminado. A felicidade do Girassol era tanta que ele começou a exalar o mais doce dos perfumes. Não demorou muito e a Borboleta bailarina foi preenchida por uma forte presença e a mesma felicidade tomou conta dela, também.

Sim, eles se reconheceram, não entenderam, mas sentiram. Eram almas companheiras cheias de saudade. Viveram aquele momento com intensidade e silêncio. Algo sagrado, secreto e inocente renascia em suas vidas. Sabiam que faziam parte, um do outro.

A Borboleta deixou-se guiar pelo doce perfume do Girassol e foi ao seu encontro, indo pousar sobre suas delicadas pétalas. Era a primeira vez que a fragilidade se unia à força formando a mais bela das composições, enquanto o vento soprava a canção da vitória.

Abrigada e protegida no seio do tão sonhado Girassol, contou a ele que para merecer o seu amor, teve que passar por duras transformações. De “ser” rastejante passou a “ser” alado, podendo, então cruzar os céus em busca do “ser” amado.

O Girassol e a Borboleta eram a mais perfeita união do Céu com a Terra, uma ode ao Amor puro, livre e verdadeiro.

Quando o dia estava sombrio, bastava o Girassol olhar para o alto que lá estava a personificação da certeza que sempre teve dentro de si, o ser amado cheio de histórias para contar sobre um mundo que é novo a cada dia que nasce, cheio de surpresa, beleza e deleite.

Desde esse mágico reencontro, a Borboleta passou a ser as asas do Girassol e ele, o seu abrigo maior, o impulso e o sopro impelindo-a a voar cada vez mais alto para descobrir o que ele sempre soube sem sair do lugar : que a maior de todas as viagens é a capacidade que temos de deixar a nossa alma simplesmente fluir em busca do seu propósito.



Publicado no Recanto das Letras em 02/11/2008




terça-feira, 23 de junho de 2009










Samba da Vela cultiva a tradição entre público jovem

Roda de bambas que acontece toda segunda-feira em galpão na periferia de São Paulo revela novos compositores do samba de raiz e ganha apoio de nomes como Beth Carvalho

Carlos Calado
16/02/2001


Seis meses atrás, quando eles se reuniram pela primeira vez para cantar sambas tradicionais, num bar da zona sul de São Paulo, eram apenas 11. Agora, são mais de 200 pessoas, com idades variando entre 20 e 30 anos, que se encontram todas as segundas-feiras para o Samba da Vela, roda de compositores, músicos e fãs do gênero, que está se transformando rapidamente em um movimento pela preservação do samba de raiz.



Beth Carvalho prestigia o Samba da Vela
"A gente não imaginava que seria dessa maneira. No começo, só pensamos em fazer alguma coisa para a Zona Sul, um lugar que sempre teve fama de não ter sambistas, só vagabundo e violência", conta o compositor e percussionista Magno de Souza, que desenvolveu a idéia com o irmão Maurílio de Oliveira (parceiro no grupo Quinteto em Branco e Preto) e os compositores Chapinha e Paqüera, todos radicados na região. O projeto, reconhece Magno, foi inspirado nos pagodes organizados por grandes sambistas do passado, como Paulo da Portela e Candeia.

A primeira impressão de quem entra no bar Ziriguidum (um modesto galpão que funciona na rua Dr. Antonio Bento, nº 257, nas imediações do Largo Treze de Maio, no bairro de Santo Amaro), é a de uma reunião litúrgica. No centro da sala, brilhando dentro de uma redoma de vidro, uma vela ilumina os rostos dos sambistas, sentados em círculo, com seus violões, cavaquinhos e instrumentos de percussão. Nas paredes pintadas de branco, lembrando imagens sagradas, vêem-se dezenas de molduras com fotos de sambistas de várias gerações, de Noel Rosa e Cartola a João Nogueira e Zeca Pagodinho.

Mesmo que alguns tenham latas de cerveja nas mãos, a animação é relativamente contida. Os sambas são escutados com atenção, antes de serem cantados por todos, com as letras impressas em folhas de xerox. Quando alguma conversa paralela se destaca, no fundo da sala, os compositores que coordenam a roda não pensam duas vezes para pedir mais atenção e silêncio.

"Nossa idéia era montar uma roda de samba de raiz, para cantar Cartola, Nelson Cavaquinho e coisas assim. Mas no dia da primeira reunião começamos a mostrar músicas inéditas um para o outro e fomos até três da manhã. Ali decidimos fazer uma roda de samba com músicas inéditas", conta Chapinha, cearense de Uruburetama radicado há 26 anos em São Paulo, que abriu o bar sete meses atrás, para poder concretizar o projeto da roda.

Samba até a vela acabar
"Nas segundas-feiras, as pessoas vêm aqui para cultuar o samba tradicional, não só para se divertir. O Samba da Vela já se tornou um pólo cultural", diz o compositor Paqüera, autor da idéia de usar uma vela acesa, que ao se apagar indica o final da roda. "Eu estava preocupado com o horário, porque as pessoas precisam trabalhar na terça-feira. Como uma vela dura mais ou menos duas horas e meia, terminamos por volta das 23h, sem aquela história de ficar pedindo mais uma saideira", explica. O que nasceu por necessidade prática acabou assumindo um sentido mais amplo, espiritual. "No decorrer da história, a gente foi percebendo que a chama da vela acaba inspirando a gente a fazer grandes composições", acredita Chapinha.

O simbolismo da vela já rendeu até um slogan ("Que a luz ilumine nossas canções"), impresso na capa do caderno que as pessoas recebem ao entrar no bar, logo após pagarem o ingresso, também simbólico, de R$ 1. Nesse caderno estão as letras das composições que pertencem à comunidade do Samba da Vela, aprovadas por Paqüera, Chapinha, Magno, Maurílio e alguns outros compositores habituais da roda, depois de serem cantados durante algumas segundas-feiras.

Essa rotina é expressa na cor da vela que orienta cada roda. Quando a vela é cor-de-rosa, caso da penúltima segunda-feira, são apresentados sambas inéditos. Na semana seguinte, a vela azul indica que os sambas da roda anterior vão ser reapresentados. Já a vela branca é usada para as noites em que são cantados os sambas reconhecidos pela comunidade. Vários deles, como Silêncio, Por Favor (de Chapinha) e Acendeu a Vela (de Paqüera e Edvaldo Galdino), referem-se aos próprios rituais do Samba da Vela.

Dois dos sambas que fazem parte do caderno oficial da roda, Melhor Para Nós Dois (de Maurílio, Magno e Paqüera) e A Comunidade Chora (de Magno, Maurílio e Edvaldo Galdino, que sempre encerra as noites), foram gravados por Beth Carvalho, em seu recente Pagode de Mesa 2 Ao Vivo - álbum que é dedicado, por sinal, ao Quinteto em Branco e Preto, de Magno e Maurílio. "Eles me dão uma nova esperança de Brasil", elogiou na capa do CD a cantora carioca, que não deixa de ir ao Samba da Vela, quando está em São Paulo.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

A felicidade pode demorar...




Às vezes as pessoas que amamos nos magoam, e nada podemos fazer
senão continuar nossa jornada com nosso coração machucado.
Às vezes nos falta esperança. Às vezes o amor nos machuca profundamente,
e vamos nos recuperando muito lentamente dessa ferida tão dolorosa.
Às vezes perdemos nossa fé, então descobrimos que precisamos acreditar,
tanto quanto precisamos respirar...é nossa razão de existir.
Às vezes estamos sem rumo, mas alguém entra em nossa vida, e se torna o nosso destino.
Às vezes estamos no meio de centenas de pessoas, e a solidão aperta nosso coração
pela falta de uma única pessoa.
Às vezes a dor nos faz chorar, nos faz sofrer, nos faz querer parar de viver,
até que algo toque nosso coração, algo simples como a beleza de um pôr do sol,
a magnitude de uma noite estrelada, a simplicidade de uma brisa batendo em nosso rosto.
É a força da natureza nos chamando para a vida.
Você descobre que as pessoas que pareciam ser sinceras e receberam sua confiança,
te traíram sem qualquer piedade.
Você entende que o que para você era amizade, para outros era apenas conveniência, oportunismo.
Você descobre que algumas pessoas nunca disseram eu te amo, e por isso nunca fizeram amor,
apenas transaram...
Descobre também que outras disseram eu te amo uma única vez.
E agora temem dizer novamente, e com razão, mas se o seu sentimento for sincero poderá
ajudá-las a reconstruir um coração quebrado.
Assim ao conhecer alguém, preste atenção no caminho que essa pessoa percorreu, são fatores
importantes: a relação com a família, as condições econômicas nas quais se desenvolveu.
(dificuldades extremas ou facilidades excessivas formam um caráter), os relacionamentos anteriores
e as razões do rompimento, seus sonhos, ideais e objetivos.
Não deixe de acreditar no amor. Mas certifique-se de estar entregando seu coração para alguém
que dê valor aos mesmos sentimentos que você dá.
Manifeste suas idéias e planos, para saber se vocês combinam. E certifique-se de que
quando estão juntos, aquele abraço vale mais que qualquer palavra.
Esteja aberto a algumas alterações, mas jamais abra mão de tudo, pois se essa pessoa
te deixar, então nada irá lhe restar.
Tenha sempre em mente que às vezes tentar salvar um relacionamento,
manter um grande amor, pode ter um preço muito alto se esse sentimento não for recíproco.
Pois em algum outro momento essa pessoa irá te deixar e seu sofrimento será ainda
mais intenso, do que teria sido no passado.
Pode ser difícil fazer algumas escolhas, mas muitas vezes isso é necessário.
Existe uma diferença muito grande entre conhecer o caminho e percorrê-lo.
A tristeza pode ser intensa, mas jamais será eterna.
A felicidade pode demorar a chegar, mas o importante é que ela venha para ficar e não
esteja apenas de passagem...

Luis Fernado verissimo

terça-feira, 16 de junho de 2009